- A luta de libertação e o surgimento de uma literatura nacional: conflitos e superações;
- A presença da Literatura brasileira na formação das literaturas africanas de língua portuguesa;
- A literatura contemporânea dos países africanos de língua portuguesa:principais autores e obras.
A professora Tânia é autora de vários livros dos quais apresentamos três com as resenhas disponibilizadas pelas editoras abaixo identificadas por seus endereços eletrônicos:
Literaturas africanas de língua portuguesa
O universo extraordinário da cultura literária africana
Disponível em: http://www.alamedaeditorial.com.br/marcas-da-diferenca
A reflexão sobre as obras literárias produzidas em língua portuguesa nos países africanos, com grande destaque para o lugar que a literatura ocupa na constituição de sua vida nacional, tem recebido atenção por um número cada vez mais expressivo de estudiosos brasileiros ao longo das últimas décadas. Consagrado depois do II Encontro de Professores de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, realizado na Universidade de São Paulo, Marcas da diferença apresenta uma elaborada discussão sobre esse universo extraordinário de questões que as culturas africanas nos trazem.
Neste livro estão reunidos textos que, assinados por muitos dos mais prestigiados estudiosos da matéria, põem em relevo características essenciais da produção de escritores africanos e trazem à discussão problemas relevantes para a compreensão da natureza e da dinâmica das relações culturais que, ao longo dos séculos, se estabeleceram entre o continente africano e o nosso país.
Apresentadas e debatidas na cadeia da oralidade, as propostas do encontro ganham agora a forma da escrita, abrindo-se, sem dúvida, a novas e bem-vindas discussões. Marcas da diferença busca revelar ao leitor a diversidade do fazer literário dos países africanos de língua portuguesa que, felizmente, vem conquistando um espaço cada vez mais expressivo entre nós.
Sobre as autoras:
Rita Chaves é doutora em Letras pela USP, professora de coordenadora de literaturas africanas de língua portuguesa na mesma universidade. É pesquisadora associada do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes. Publicou A formação do romance angolano e Angola e Moçambique: experiência colonial e territórios literários. É co-organizadora de Portanto… Pepetela; Literaturas em movimento: hibridismo cultural e exercício crítico; Brasil/África: como se o mar fosse mentira e de Boaventura Cardoso: a escrita em processo.
Tânia Macedo é livre-docente em Letras pela Unesp, é professora nos cursos de graduação e pós-graduação na Universidade de São Paulo. Publicou Angola/Brasil: estudos comparados e Luanda, literatura e cidade. É também co-organizadora de Portanto… Pepetela; Literaturas em movimento: hibridismo cultural e exercício crítico; Brasil/África: como se o mar fosse mentira e de Boaventura Cardoso: a escrita em processo
Angola e Brasil” é uma coletânea de estudos comparados que mostra o que existe de Angola em Brasil e de Brasil em Angola, quando o assunto é literatura. Autores como Luandino Vieira, Uanhenga Xito e Mia Couto (de Angola), João Antonio e Guimarães Rosa (Brasil), entre outros, que têm escritos fortemente vinculados à terra natal, são analisados de modo instigante para leitores de todos as fronteiras.
http://www.planetanews.com/produto/L/39951/angola-e-brasil--estudos-comparados-tania-macedo.html
Boaventura Cardoso, a escrita de Angola
http://www.alamedaeditorial.com.br/boaventura-cardoso-a-escrita-em-proc
Um livro,ainda que não se destine a contar uma estória, tem sua trajetória sempre povoada por fatos que acabam por intervir na sua elaboração e na fisionomia que ele apresenta. Este Boaventura Cardoso, a escrita em processo também traz acoplado a suas páginas um conjunto de experiências que, envolvendo o escritor, os colaboradores, os editores e as organizadoras, exprime um pouco a atmosfera que cerca não a produção específica do livro, mas, de certo modo, todo o universo das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, com foco especial no ensino e na pesquisa que em torno delas vai conquistando cada vez mais adeptos. Até o momento são poucas as editoras dispostas a apostar em obras voltadas para a História e o patrimônio cultural acumulado pelos países africanos, apesar dos sinais de mudança que já podemos detectar em nosso quadro geral.
Boaventura Cardoso é um dos escritores angolanos mais lidos na atualidade, sendo a sua obra traduzida em várias línguas. Juntamente com a de Pepetela e a de José Luandino Vieira, a sua produção vem sendo muito estudada pelos pesquisadores brasileiros. A importância de seu lugar no universo literário de língua portuguesa, no entanto, contrasta com a carência de material bibliográfico sobre sua produção, fato que tem proporcionado enormes dificuldades aos que o elegem para objeto de estudo. Em suma, a descoberta de sua narrativa por tantos leitores não se fez acompanhar da sistematização de trabalhos críticos a seu respeito, e isso significa que não há ainda uma bibliografia reunida e publicada em livro que possa apresentar de forma mais completa a sua produção artística, o que poderia auxiliar os estudiosos de sua obra e multiplicar o seu número de leitores.
Nesse sentido, tivemos em conta na preparação do livro a necessidade de despertar entre aqueles que têm seus primeiros contatos com o universo africano um interesse vivo por sua literatura. Acreditamos que Angola com seus escritores pode ser uma bela porta de entrada para o continente, pois, para além da afinidade lingüística, são fortíssimas as ligações que atravessaram séculos impondo sinais inequívocos em nosso modo de ser. Retomar em outros parâmetros os circuitos das viagens entre as duas margens do Oceano Atlântico é urgente e a literatura pode integrar esse movimento.
José João Craveirinha(*1922, lourenço Marques-+2002 Joanesburgo) - Funcionário público, atleta e crônista desportivo, jornalista. Ativista político preso pela PIDE. Após a independência exerce cargos diretivos e de representação de Moçambique como vice administrador da Imprensa Nacional.. Poeta. Contista. Obras publicadas: Xigubo(1964); Conto a um dio de catrame(1966); Karingana Ua Karingana(1974); Cela I(1980);Maria(1988);Harmina e outros contos(1997); Bobalaze da hienas(1997); Contacto e outras crônicas; Obra poetica I(1999); Poemas eróticos(2005)
Autobiografia
“Nasci a primeira vez em 28 de Maio de 1922. Isto num domingo. Chamaram-me Sontinho, diminutivo de Sonto. Isto por parte da minha mãe, claro. Por parte do meu pai, fiquei José. Aonde? Na Av. Do Zihlahla, entre o Alto Maé e como quem vai para o Xipamanine. Bairros de quem? Bairros de pobres.
“Nasci a segunda vez quando me fizeram descobrir que era mulato.
“A seguir, fui nascendo à medida das circunstâncias impostas pelos outros. Quando o meu pai foi de vez, tive outro pai: seu irmão.
“E a partir de cada nascimento, eu tinha a felicidade de ver um problema a menos e um dilema a mais. Por isso, muito cedo, a terrra natal em termos de Pátria e de opção. Quando a minha mãe foi de vez, outra mãe: Moçambique.
A opção por causa do meu pai branco e da minha mãe preta.
Nasci ainda outra vez no jornal "O Brado Africano”. No mesmo em que também nasceram Rui de Noronha e Noémia de Sousa.
Muito desporto marcou-me o corpo e o espírito. Esforço, competição, vitória e derrota, sacrifício até à exaustão. Temperado por tudo isso.
Talvez por causa do meu pai, mais agnóstico do que ateu. Talvez por causa do meu pai, encontrando no Amor a sublimação de tudo. Mesmo da Pátria. Ou antes: principalmente da Pátria. Por parte de minha mãe, só resignação.
Uma luta incessante comigo próprio. Autodidata.
Minha grande aventura: ser pai. Depois, eu casado. Mas casado quando quis. E como quis.
Escrever poemas, o meu refúgio, o meu País também. Uma necessidade angustiosa e urgente de ser cidadão desse País, muitas vezes, altas horas a noite.Autobiografia
“Nasci a primeira vez em 28 de Maio de 1922. Isto num domingo. Chamaram-me Sontinho, diminutivo de Sonto. Isto por parte da minha mãe, claro. Por parte do meu pai, fiquei José. Aonde? Na Av. Do Zihlahla, entre o Alto Maé e como quem vai para o Xipamanine. Bairros de quem? Bairros de pobres.
“Nasci a segunda vez quando me fizeram descobrir que era mulato.
“A seguir, fui nascendo à medida das circunstâncias impostas pelos outros. Quando o meu pai foi de vez, tive outro pai: seu irmão.
“E a partir de cada nascimento, eu tinha a felicidade de ver um problema a menos e um dilema a mais. Por isso, muito cedo, a terrra natal em termos de Pátria e de opção. Quando a minha mãe foi de vez, outra mãe: Moçambique.
A opção por causa do meu pai branco e da minha mãe preta.
Nasci ainda outra vez no jornal "O Brado Africano”. No mesmo em que também nasceram Rui de Noronha e Noémia de Sousa.
Muito desporto marcou-me o corpo e o espírito. Esforço, competição, vitória e derrota, sacrifício até à exaustão. Temperado por tudo isso.
Talvez por causa do meu pai, mais agnóstico do que ateu. Talvez por causa do meu pai, encontrando no Amor a sublimação de tudo. Mesmo da Pátria. Ou antes: principalmente da Pátria. Por parte de minha mãe, só resignação.
Uma luta incessante comigo próprio. Autodidata.
Minha grande aventura: ser pai. Depois, eu casado. Mas casado quando quis. E como quis.
Escrever poemas, o meu refúgio, o meu País também. Uma necessidade angustiosa e urgente de ser cidadão desse País, muitas vezes, altas horas a noite.
Prémios
“Prémio Cidade de Lourenço Marques” 1959
“Prémio Reinaldo Ferreira” Centro de Arte e Cultura da Beira 1961
“Prémio de Ensaio” Centro de Arte e Cultura da Beira 1961
“Prémio Alexandre Dáskalos” Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, Portugal 1962
“Prémio Nacional de Poesia de Itália” 1975
“Prémio Lotus” Ass. Escritores Afro-Asiáticos 1983
Medalha “Nachingwea” do governo de Moç. 1985
Medalha de Mérito, Secretaria de Estado da Cultura de S. Paulo, Brasil 1987
Prémios
“Prémio Cidade de Lourenço Marques” 1959
“Prémio Reinaldo Ferreira” Centro de Arte e Cultura da Beira 1961
“Prémio de Ensaio” Centro de Arte e Cultura da Beira 1961
“Prémio Alexandre Dáskalos” Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, Portugal 1962
“Prémio Nacional de Poesia de Itália” 1975
“Prémio Lotus” Ass. Escritores Afro-Asiáticos 1983
Medalha “Nachingwea” do governo de Moç. 1985
Medalha de Mérito, Secretaria de Estado da Cultura de S. Paulo, Brasil 1987
Prémio Camões, 1991
OBRAS
Quero Ser Tambor
Tambor está velho de gritar
Grito Negro
Jucunda bocades
Fábula "Menino gordo comprou um balão e assoprou assoprou com força o balão amarelo. Menino gordo assoprou assoprou assoprou o balão inchou inchou e rebentou! Meninos magros apanharam os restos e fizeram balõezinhos."
"Cresce a semente lentamente debaixo da terra escura.
Parabéns pelo blog!
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